The Baggios

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The Baggios - Na Porta Do Bar:

Embebidos nas águas turvas e viciadas da música negra, os acordes envenenados da The Baggios misturam ritmos tradicionais, como o Blues, o Soul, e o Country ao velho rockão. A Banda tem a embalagem pronta para quem almeja galgar espaços no mainstream: identidade própria, discurso totalmente enraizado com as questões de sua época e de sua gente, e letras que falam diretamente ao público, sem meios termos.


The Baggios:

The Baggios - Hard Times:


The Baggios - O Azar Me Consome (Single):

The Baggios - Pegando um Punga:




DANDO MUITO CERTO
Como os fãs do Coverama (acredite, eles existem) já devem estar cansados de NÃO saber, há um bom tempo o rock sergipano vem demonstrando, em seus variados estilos, uma gradativa e palpável consistência. Seria a chegada da tão sonhada Era de Ouro do rock local? Ignoro. Talvez seja muito cedo para este tipo de especulação. Além do mais, já foram vistos tantos náufragos nessa tormenta eterna...
Bom, fato mesmo é que o termo “evolução” se encaixa com mais pertinência entre as viúvas de Charles Darwin e os jurados dos desfiles da Sapucaí. Mesmo assim não me abstenho de testemunhar que o hard-blues enfurecido desta dupla sancristovense atingiu em seu debut oficial níveis próximos aos de grande arte.
Como as linhas que seguem serão preenchidas com a mais mal dissimulada babação de ovo, nem vale a pena comentar a capa canhestra no melhor estilo samba do chá de cogumelo doido. Muito menos reparar nos caras vestidos para algum evento Cosplay, num modelito do tipo Luke Skywalker-fazendo-cara-de-paisagem-sob-o-sol-inclemente-de-Tatooine. Tolice. O que realmente interessa é que, sob uma cozinha extremamente sólida e fluente – cortesia do baterista Gabriel -, “The Baggios”, o disco, desfila aquela que é, provavelmente, a mais fodida coleção de riffs de guitarra em um mesmo trabalho desde o “Stop talking about music”, última (será?) obra-prima do imortal Thee Butchers’ Orchestra. Não bastasse este atordoante detalhe, temos um vocalista no auge de seu carisma interpretativo; mostrando um delicioso despojamento que não deve ser confundido com desleixo. Não se engane, por trás de uma voz aparentemente limitada, esconde-se um cantor incisivo e bastante peculiar. Coisa que não se encontra em qualquer esquina.
Espertos como só eles, a dupla cuidou pessoalmente da produção da obra com invulgar esmero (reparem, por exemplo, na beleza que ficou “Oh cigana”, minha faixa preferida), bem como recrutou um time de primeira para os afiados arranjos de sopro que iluminam algumas faixas; além de contar com as honrosas presenças do maior arroz-de-festa do rock sergipano, mr. Leo Airplane, em suas costumeiramente brilhantes intervenções de teclado – e uma mão na mixagem – e de Hélio Flanders, frontman da banda Vanguart, dividindo com Júlio os vocais na dylanesca “Morro da saudade”. O resultado de tudo isso é o que aconteceria se Robert Johnson sobrevivesse tempo suficiente para fazer uma Jam no também saudoso CBGB’s. Pensando bem, é mais que isto: é The Baggios tocando música The Baggios.
No mais, é curioso notar que Júlio abre este bálsamo sonoro cuspindo o seguinte verso: “As coisas não estão dando certo pra mim.” Parafraseando o nosso Dirty Harry tupiniquim, eu diria que o senhor é um fanfarrão, seu Júlio! Um fanfarrão!! Se as coisas não estão dando certo pra você, que desde já pode se ufanar de ter em seu currículo um clássico instantâneo como este, pra quem estará?!?
Carlos Lee Hooker.
The Baggios - The Baggios 2011:

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Unknown :

The Baggios é muito bom!

banda excelente!!

essa iniciativa do blog tb é muito boa!!

vlwww

thiago :

pow cara bacana esse blog, susseso ai... o de the baggios ta na alma, são da minha terra natal, eu tenho orgulho de dizer que eu vi o primeiro show dos caras, acompanhei a carreira deles... valeu. muitas lembranças.